Taian Franco Bolzan / Equipe de Comunicação Popular da JURA

O grupo de Mulheres Cervejeiras chamou a atenção na Feira Saberes e Sabores da Terra, organizada pela Jornada Universitária em Defesa da Reforma Agrária (JURA) 2022. As cervejas artesanais, diferentes das tradicionais vendidas no mercado, são produzidas por um grupo de cerca de 10 mulheres do Assentamento Roseli Nunes, em Mirassol d’Oeste, no sudoeste do Estado. A pioneira na produção foi Emília Alves Manduca, que está estampada em uma das cervejas.

A feira ocorreu nos dias 12 e 13 de maio e integra a Jornada Universitária em Defesa da Reforma Agrária (JURA), que se estende até o mês de setembro com várias ações sob o tema “Reforma Agrária Popular e Projeto de País”.

Segundo o representante do grupo, Sanzio Batista Sardinha, a produção é extremamente precisa, sendo necessários 15 dias de fermentação para cada remessa de cerveja, que chega a um número aproximado de 200 garrafas. Ele ainda conta que não é possível produzir mais remessas pela carência de equipamentos indispensáveis para uma boa fabricação. “O sabor é inconfundível, pela receita ser diferente e as remessas são poucas. Querendo ou não, a falta de equipamentos atrapalha um pouco, mas todas que são vendidas têm seu sabor especial que acaba sendo muito diferente das comercializadas no mercado”, destaca.

O empoderamento das mulheres também é algo que causa impacto para quem procura entender a história das Mulheres Cervejeiras. Sanzio conta sobre a importância delas em um espaço machista, mas que vem diminuindo ao longo do tempo. “Assim como outros grupos de mulheres, é nítido ver o empoderamento feminino. Hoje a mulher tem uma luta e um espaço muito maior na sociedade, diferente de anos atrás, o que se torna muito importante”, ressalta.

Produção – As cervejas são comercializadas junto com a Cooperativa de Consumo Solidário e Sustentável (COOPERSSOL). Conforme Sanzio, a divulgação vem sendo bem maior nos últimos dois anos: “Temos alcançado mais espaços de um tempo pra cá. Por mais que ainda não exista uma comercialização no mercado tradicional, os grupos de comunicação fazem um bom trabalho para a venda das cervejas”, conclui.