O acadêmico do 7.º semestre do curso de Enfermagem do Campus de Tangará da Serra, Leonir Evandro Zenazokenae, indígena da etnia Haliti-Paresí, realizou, no período de 19 a 29 de julho de 2015, estágio no Institutos Oswaldo Cruz e no Instituto Vital Brazil, no Estado do Rio de Janeiro. Há 1 ano, o acadêmico realiza atividades como voluntário de iniciação científica no projeto de pesquisa “Pólo de pesquisa clínica em hantavírus: contribuições da enfermagem”, sob orientação da Professora Ana Cláudia Pereira Terças.

Este projeto é uma parceria com as instituições de pesquisa supracitadas e, em decorrência do excelente desempenho do aluno em suas atividades de iniciação científica, foi possível concretizar o treinamento nessas instituições que são de renome internacional e que poderão contribuir sobremaneira na sua inserção no mundo científico.

No Instituto Oswaldo Cruz – FIOCRUZ realizou treinamento no Laboratório de Hantaviroses e Rickettsioses sob a gentileza e receptividade da equipe da Dr.ª Elba Lemos e desempenhou as atividades relacionadas à biossegurança em laboratórios de referência e de pesquisa, além dos testes sorológicos IgM, IgG, imunofluorescência e testes moleculares (PCR) para hantaviroses.

Já, no Instituto Vital Brazil (Niterói), a equipe do Dr. Luis Eduardo Cunha possibilitou acesso a todo o processo de produção de soros contra animais peçonhentos, incluindo visita à fazenda Vital Brazil. O acadêmico integrou, ainda, a equipe de médicos e enfermeiros que participou da capacitação de médicos e enfermeiros para acidentes com animais peçonhentos ofertado pelo Ministério da Saúde.

Ao retornar a Tangará da Serra, Evandro relatou que “a oportunidade de vivenciar essas capacitações e estágios foram de grande relevância, pois tive acesso às informações de agravos que ocorrem em nossa região. Em relação à hantavirose, pude vivenciar os métodos e as dificuldades do diagnóstico em um laboratório de referência e, assim, compreender essa realidade, podendo orientar a população sobre os motivos da demora do teste confirmatório. Ainda no Instituto Vital Brazil e no treinamento do Ministério da Saúde tive acesso desde o processo de produção\distribuição do soro até o manejo clínico das vítimas de acidentes por animais peçonhentos. Ressalto que o intercâmbio com instituições e profissionais de renome possibilitaram a ampliação da minha visão sobre a importância de novas pesquisas em nosso país”.

Orgulhosa de seu aluno de iniciação científica, a professora Ana Cláudia destaca que “essas parcerias são primordiais para o nosso desenvolvimento tecnológico e científico em Mato Grosso, além da descoberta de novos talentos para pesquisa, a inserção social e científica de alunos indígenas é um orgulho para nossa universidade, pois, somente através da educação as iniquidades, serão superadas”.

 

Fonte: Profª Ana Cláudia Pereira Terças