Pesquisador da UFMT apontou para necessidade do trabalho jornalístico na sociedade

Por Miguel Rodrigues Netto – Jornalista Tangará da Serra

Nesta segunda-feira, 20 de junho de 2022 ocorreu no auditório da Unemat a abertura a II Semana de Jornalismo com o tema “Jornalismo em tempos de crise: desafios e possibilidades”. O evento foi transmitido também em tempo real e foi conduzido em sua apresentação pela professora Lilian Juliana Martins da equipe organizadora. A mesa de autoridades foi composta pelo professor Ariel Lopes Torres – Diretor Político-Pedagógico e Financeiro do campus, professora Karine Medeiros Anunciato – Diretora da Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas e da Linguagem, professora Ana Andruchak – Coordenador do Curso e Iuri Barbosa Gomes representando o corpo docente do curso.

A professora Ana Andruchak reforçou a importância da presencialidade e afirmou que “nada é permanente e o conhecimento está em constante mudança e por isso é preciso estar disposto a aprender”. Karine saldou a todos dizendo que “o mundo é feito de informação e o combate do jornalista é o combate a desinformação”. Ariel ressaltou que “vivemos atualmente diversas crises: política, das instituições, de saúde pública e das informações e que é importante os jornalistas estarem discutindo isto neste momento”.

Logo em seguida o professor do departamento de jornalismo e do programa de pós-graduação em comunicação da Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT Thiago Cury Luiz deu início a palestra intitulada “O imperativo do jornalismo: enfrentamentos e resistências” onde começou dizendo que “assim como disse a professora Karine, o jornalista nunca foi tão desafiado, mas ele também nunca foi tão necessário”. O professor apresentou conceitos iniciais sobre as características da atividade jornalística como mediação simbólica da realidade”.

Thiago explicou que as fake news são parte de um processo complexo que é o fenômeno da desinformação. Argumentou que o custo da desinformação é muito baixo e enquanto o jornalismo pautado na veracidade dos fatos precisa construir todo um percurso de credibilidade a informação falsa não tem essa necessidade além de estar pulverizada a partir da internet wireless, dos dispositivos móveis, das redes sociais e dos aplicativos de mensagens.

O pesquisador apontou ainda que a pós-verdade se estabelece conceitualmente por pedaços de verdade que compõe uma narrativa falaciosa em seu todo e que vivemos um momento em que as pessoas buscam a verdade que reafirme suas convicções o que reforça o sistema de crenças e preconceitos.

Em sua finalização Cury trouxe os efeitos do fenômeno da desinformação no jornalismo (ameaças ao exercício profissional),  na sociedade (negacionismo e distorção dos acontecimentos) e na democracia (ataques as instituições e ao escrutínio eleitoral). Ele apontou como saídas o jornalismo independente, a prevalência dos métodos e técnicas de apuração jornalística, a literacia midiática e a educomunicação.

Nesta terça-feira, 21 de junho tem continuidade a II Semana de Jornalismo com oficinas presenciais e online a partir das 19 horas.