O perfil tecnológico da produção de milho safrinha na região oeste de Mato Grosso foi tema de um Trabalho de Conclusão de Curso realizado pelo acadêmico Sávio Vinicius Correa, do curso de Agronomia do Campus de Tangará da Serra da Unemat.

De acordo com dados da Aprosoja, a região oeste possui 1.020 propriedades rurais distribuídas nos municípios de Campo Novo do Parecis, Campos de Júlio, Diamantino, Sapezal e Tangará da Serra, onde são cultivados mais de 1,6 milhões de hectares de lavouras comerciais (segundo levantamento do SojaSat/Unemat).

O levantamento de dados foi realizado entre janeiro e março de 2018, em 90 propriedades rurais, para identificar o perfil de utilização de tecnologias na cultura do milho safrinha, que é semeado após a cultura da soja.

Principais resultados da pesquisa
De acordo com o acadêmico Sávio Vinicius Correa, “os produtores rurais da região oeste do Estado de Mato Grosso, em sua maioria, investem em alta tecnologia para o cultivo de milho safrinha, com a utilização de sementes de milho transgênico, do tipo híbrido simples, com adubação de semeadura e de cobertura”.

Entre as propriedades rurais estudadas, a média de produtividade na safrinha no ano anterior foi de 110 sacos por hectare (6.600 kg por hectare), acima da média brasileira, que de acordo com a Conab foi de 92,7 sacos por hectare.

Entretanto, os autores encontraram também dois pontos preocupantes. O primeiro foi a ocorrência de nematoides, que são parasitas de plantas que vivem no solo e reduzem a produtividade das culturas agrícolas, em cerca de 80% das propriedades rurais avaliadas.

O segundo ponto preocupante foi a ocorrência de propriedades rurais que ainda não praticam uma importante técnica chamada “área de refúgio”, que consiste em cultivar uma parte da lavoura com milho convencional, com o intuito de evitar a seleção de pragas resistentes à biotecnologia Bt (milho transgênico com genes da bactéria Bacillus thuringiensis para o controle de pragas).

Além do Trabalho de Conclusão de Curso e do artigo científico para a Revista Brasileira de Milho e Sorgo, os autores elaboraram também um folder explicativo com os principais resultados da pesquisa, que foi enviado a todos os produtores rurais que preencheram os questionários do estudo.

Para o professor Anísio da Silva Nunes, que orientou o Trabalho de Conclusão de Curso, “além de informar os profissionais do Agronegócio sobre o resultado da pesquisa, o folder atende a uma antiga reivindicação dos produtores rurais, que muitas vezes colaboram voluntariamente com as pesquisas universitárias e depois não têm acesso aos resultados destes trabalhos”.

O download do folder com os principais resultados da pesquisa pode ser realizado neste link.

Sobre o GTPA
O levantamento de tecnologias de produção de milho safrinha é uma atividade do Grupo de Pesquisa em Tecnologias de Produção Agrícola (GTPA), composto por pesquisadores da Universidade do Estado de Mato Grosso (campus de Tangará da Serra e de Nova Mutum), da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) e da Fundação MS para Pesquisa e Difusão de Tecnologias Agropecuárias.

Além das pesquisas sobre tecnologias de produção agrícola, o GTPA realiza também estudos sobre redução dos custos de produção das lavouras, aumento de produtividade das principais culturas e sobre ferramentas de gestão para tomada de decisões.

Download do encarte técnico