Por Assessoria Unemat com Angela Werdemberg do Observatório da Imprensa

A Universidade do Estado de Mato Grosso, por meio da Assessoria de Comunicação e do curso de Jornalismo de Tangará da Serra, colabora com o Observatório da Imprensa para a construção do Atlas da Notícia, que é o mais completo censo sobre o jornalismo local no Brasil. Os dados da 5ª edição do Atlas já estão disponíveis para consulta e podem ser acessados aqui.

O levantamento sobre os veículos de imprensa local para compor a base de dados do Atlas é feita por meio da contabilização e checagem de veículos de notícias em todos os municípios brasileiros. A metodologia do trabalho consiste numa checagem em cada município com pesquisa na internet, ligações telefônicas para os municípios, inicialmente para órgãos oficiais como prefeituras, câmaras municipais, hospitais e comércio geral em busca de possíveis empresas jornalísticas nos municípios pequenos que, na edição anterior do Atlas, em 2020, eram considerados desertos de notícia.

O projeto é uma iniciativa do Instituto para o Desenvolvimento do Jornalismo (Projor), mantenedor do Observatório da Imprensa. O Atlas da Notícia é inspirado no projeto America’s Growing News Desert, da revista Columbia Journalism Review, que mapeou a presença de jornais nos Estados Unidos em meio às mudanças no modelo de negócios do jornalismo que levaram ao fechamento de diversos veículos.  Em Mato Grosso, a Unemat é a parceira e a responsável para a realização desse mapeamento em todos os municípios do Estado. Na Região Centro-Oeste, as universidades: PUC de Goiás e a Uniderp de Mato Grosso do Sul também foram parceiros para o levantamento.

Os dados coletados indicaram que no Centro-Oeste houve uma queda de 15,5% de desertos de notícias. Mesmo assim, a região ainda tem 136 municípios desassistidos de cobertura jornalística local. Um dado interessante é que Mato Grosso tem a maior quantidade de empresas jornalísticas por habitante, sendo 22 veículos para cada 100 mil habitantes, mas há uma concentração significativa da imprensa na capital Cuiabá. Mesmo assim alguns municípios como Barão de Melgaço, Alto Boa Vista e Nova Lacerda deixaram de ser considerados desertos de notícias por contarem atualmente com veículos de comunicação que produzem jornalismo local.

“Nosso trabalho aqui na Unemat foi o de checar as cidades que constavam na Edição do Atlas publicada em 2020 como desertos de notícias, e verificar se existiam algum veículo jornalístico, e quando algum veículo novo era identificado, contatávamos a empresa para colher dados que foram inseridos na base de dados do Atlas e que estão disponíveis para consulta. Agora seguiremos atualizando os dados disponíveis sobre a presença de veículos jornalísticos nos demais municípios a fim de manter essas informações atualizadas. Esse trabalho é muito significativo para nós, enquanto universidade, porque entendemos o quanto o jornalismo local contribui para a formação de uma sociedade mais cidadã e participativa. Esses dados podem ser amplamente pesquisados e indicar como o jornalismo é uma importante ferramenta para o debate dos problemas locais”, indica Lygia Lima, jornalista da Unemat.

Os profissionais da Unemat envolvidos na coleta de dados do Atlas da Notícias foram: Danielle Tavares e Lygia Lima (jornalistas), Eveline Baptistella (docente) e a acadêmica de jornalismo Aurea de Fátima Rodrigues da Silva.

Para mais informações: Clique aqui.

Para acessar o Atlas da Notícia: www.atlas.jor.br/