Taís Rodrigues Souza / Equipe de Comunicação Popular da JURA

Os participantes da Feira Saberes e Sabores da Terra, realizada na praça Alencastro, Centro de Cuiabá, tiveram a oportunidade de aprender, na prática, novas maneiras de se comunicar em espaços públicos. Para isso, foi ofertada a oficina de lambe e stencil, duas linguagens muito utilizadas dentro da arte urbana.

A feira ocorreu nos dias 12 e 13 de maio e integra a Jornada Universitária em Defesa da Reforma Agrária (JURA), que se estende até o mês de setembro com várias ações sob o tema “Reforma Agrária Popular e Projeto de País”.

Os lambes são colagens feitas a partir do recorte de imagens, seja de jornal ou revista, e colocadas em locais urbanos, com grande concentração de pessoas, e carregam consigo diversas mensagens. O stencil é um tipo de molde que pode ser feito com papelão e é utilizado para escrever ou desenhar. Depois de pronto, pode ser pintado com spray e tinta.

A oficineira Carla Renck conta que a intenção era ofertar uma oficina que fosse prática, rápida e fácil de fazer, e que também trouxesse reflexão sobre o tema da reforma agrária. “A nossa ideia era de trazer a visão das pessoas, pensando em toda a comunidade, sobre a reforma agrária, o que elas sabem, o que já viram, o que não sabem, qual a projeção delas sobre o que é uma reforma agrária”, explica.

Ela já havia participado de feiras anteriores, como visitante, e sentia falta de interações artísticas no evento. Com a oficina, o que mais chamou sua atenção foi a curiosidade das pessoas em relação ao processo de intervenção artística. “Eu sempre percebi que não tinha um foco nessa parte mais artística e trazendo essa forma de intervenção. O ateliê livre fez as pessoas se perguntarem ‘O que posso fazer? Quais as possibilidades?’ Várias pessoas, de diversas idades e grupos, vieram curiosas para ver o que estava acontecendo”, conta.

Além dela, participou como oficineira a estudante de psicologia e artista independente Wenni Justo. Elas se conheceram através de uma outra oficina e, a partir disso, surgiu a ideia de levar o curso para a feira. Com o isolamento social imposto pela covid-19, Wenni, que era mais envolvida com a dança e o teatro, começou a se interessar por outras manifestações artísticas. “No início da pandemia comecei a pesquisar mais a questão das artes visuais e plásticas e encontrei bastante potência nisso”, declara.

A atriz, documentarista e produtora cultural, Ana Carolina de Mello, participou da oficina e gostou da experiência. Para ela, foi importante não só por aprender formas de intervenção urbana, mas também como uma memória afetiva por participar do evento.